O “menino selvagem” de Aveyron
Em AEC 01, Antropologia, Psicologia e Sociologia, Sociologia, Área de Estudos da Comunidade Outubro 1, 2008 às 12:19 am
A 9 de Janeiro de 1800, uma criatura estranha surgiu dos bosques perto da aldeia de Saint-Serin, no sul de França. Apesar do seu andar erecto, parecia mais um animal do que um ser humano, embora tenha sido de pronto identificado como um rapaz de onze ou doze anos. Expressava-se por guinchos, emitindo gritos agudos. Aparentemente, o rapaz não sabia o que era higiene pessoal e aliviava-se quando e onde era sua vontade. Foi entregue às auto¬ridades locais e transportado para um orfanato das redondezas. No início, tentava fugir cons¬tantemente, sendo capturado com alguma dificuldade. Recusava-se a usar roupas, que rasgava mal o obrigavam a vestir. Nunca ninguém apareceu a reclamar a sua paternidade.
A criança foi sujeita a um completo exame médico, que concluiu não existirem defi-ciências de maior. Quando lhe foi mostrado a sua imagem reflectida num espelho, apesar de visualizar uma imagem, não se reconheceu nela. Certa vez, tentou agarrar uma batata que viu reflectida no espelho (quando na realidade a batata estava a ser segura por trás da sua cabeça). Depois de várias tentativas, sem que tivesse virado a cabeça, apanhou a batata alcançando-a por trás do ombro. Um padre, que observou o rapaz diariamente, descreveu o incidente da batata do seguinte modo:
Todos estes pequenos detalhes, e muitos outros que poderíamos acrescentar, provam que esta criança não é totalmente desprovida de inteligência, reflexão e poder de raciocínio. Porém. somos obrigados a admitir que, em todos os aspectos que não dizem respeito às suas necessidades naturais ou de satisfação do seu apetite, apenas se observa nele um comportamento animal. Se tem sensações, estas não originam nenhuma ideia. Ele nem sequer as consegue relacionar. Poderia dizer-se que não há qualquer relação entre a sua alma ou mente e o seu corpo (Shattuk. 1980. p. 69: ver também Lane, 1976).
Mais tarde o rapaz seria levado para Paris e foram feitas tentativas sistemáticas de o transformar “de animal em humano”. O esforço só em parte foi um sucesso. Ensinaram-lhe a usar a casa-de-banho, passou a aceitar usar roupas e aprendeu a vestir-se. Continuava, contudo, com um grande desinteresse por brinquedos e jogos, e nunca foi capaz de dominar mais do que algumas poucas palavras. Pelo que podemos saber, com base na descrição deta¬lhada do seu comportamento e reacções, isto não acontecia por ele ser mentalmente desfavo¬recido. Parecia incapaz ou sem vontade de dominar o discurso humano. Poucos mais progressos fez e acabou por morrer em 1828, com cerca de quarenta anos de idade.
Naturalmente, temos de ser cuidadosos na interpretação de casos deste género. É possí-vel que se tenha dado o caso de se tratar de uma deficiência mental não diagnosticada. Por outro lado, é possível que as experiências a que esta criança foi sujeita lhe tenham infligido danos psicológicos impeditivos de dominar práticas que a maioria das crianças adquire em tenra idade. Há, no entanto, semelhanças suficientes entre este caso histórico e outros que foram registados para que possamos sugerir o quão limitadas seriam as nossas faculdades na ausência de um longo período de socialização primária.
Anthony Giddens, “Sociologia”, Fundação Calouste Gulbenkian
quarta-feira, 3 de março de 2010
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
A "criança selvagem" de Aveyron
O “menino selvagem” de Aveyron
Em AEC 01, Antropologia, Psicologia e Sociologia, Sociologia, Área de Estudos da Comunidade Outubro 1, 2008 às 12:19 am
A 9 de Janeiro de 1800, uma criatura estranha surgiu dos bosques perto da aldeia de Saint-Serin, no sul de França. Apesar do seu andar erecto, parecia mais um animal do que um ser humano, embora tenha sido de pronto identificado como um rapaz de onze ou doze anos. Expressava-se por guinchos, emitindo gritos agudos. Aparentemente, o rapaz não sabia o que era higiene pessoal e aliviava-se quando e onde era sua vontade. Foi entregue às auto¬ridades locais e transportado para um orfanato das redondezas. No início, tentava fugir cons¬tantemente, sendo capturado com alguma dificuldade. Recusava-se a usar roupas, que rasgava mal o obrigavam a vestir. Nunca ninguém apareceu a reclamar a sua paternidade.
A criança foi sujeita a um completo exame médico, que concluiu não existirem defi-ciências de maior. Quando lhe foi mostrado a sua imagem reflectida num espelho, apesar de visualizar uma imagem, não se reconheceu nela. Certa vez, tentou agarrar uma batata que viu reflectida no espelho (quando na realidade a batata estava a ser segura por trás da sua cabeça). Depois de várias tentativas, sem que tivesse virado a cabeça, apanhou a batata alcançando-a por trás do ombro. Um padre, que observou o rapaz diariamente, descreveu o incidente da batata do seguinte modo:
Todos estes pequenos detalhes, e muitos outros que poderíamos acrescentar, provam que esta criança não é totalmente desprovida de inteligência, reflexão e poder de raciocínio. Porém. somos obrigados a admitir que, em todos os aspectos que não dizem respeito às suas necessidades naturais ou de satisfação do seu apetite, apenas se observa nele um comportamento animal. Se tem sensações, estas não originam nenhuma ideia. Ele nem sequer as consegue relacionar. Poderia dizer-se que não há qualquer relação entre a sua alma ou mente e o seu corpo (Shattuk. 1980. p. 69: ver também Lane, 1976).
Mais tarde o rapaz seria levado para Paris e foram feitas tentativas sistemáticas de o transformar “de animal em humano”. O esforço só em parte foi um sucesso. Ensinaram-lhe a usar a casa-de-banho, passou a aceitar usar roupas e aprendeu a vestir-se. Continuava, contudo, com um grande desinteresse por brinquedos e jogos, e nunca foi capaz de dominar mais do que algumas poucas palavras. Pelo que podemos saber, com base na descrição deta¬lhada do seu comportamento e reacções, isto não acontecia por ele ser mentalmente desfavo¬recido. Parecia incapaz ou sem vontade de dominar o discurso humano. Poucos mais progressos fez e acabou por morrer em 1828, com cerca de quarenta anos de idade.
Naturalmente, temos de ser cuidadosos na interpretação de casos deste género. É possí-vel que se tenha dado o caso de se tratar de uma deficiência mental não diagnosticada. Por outro lado, é possível que as experiências a que esta criança foi sujeita lhe tenham infligido danos psicológicos impeditivos de dominar práticas que a maioria das crianças adquire em tenra idade. Há, no entanto, semelhanças suficientes entre este caso histórico e outros que foram registados para que possamos sugerir o quão limitadas seriam as nossas faculdades na ausência de um longo período de socialização primária.
Anthony Giddens, “Sociologia”, Fundação Calouste Gulbenkian
Em AEC 01, Antropologia, Psicologia e Sociologia, Sociologia, Área de Estudos da Comunidade Outubro 1, 2008 às 12:19 am
A 9 de Janeiro de 1800, uma criatura estranha surgiu dos bosques perto da aldeia de Saint-Serin, no sul de França. Apesar do seu andar erecto, parecia mais um animal do que um ser humano, embora tenha sido de pronto identificado como um rapaz de onze ou doze anos. Expressava-se por guinchos, emitindo gritos agudos. Aparentemente, o rapaz não sabia o que era higiene pessoal e aliviava-se quando e onde era sua vontade. Foi entregue às auto¬ridades locais e transportado para um orfanato das redondezas. No início, tentava fugir cons¬tantemente, sendo capturado com alguma dificuldade. Recusava-se a usar roupas, que rasgava mal o obrigavam a vestir. Nunca ninguém apareceu a reclamar a sua paternidade.
A criança foi sujeita a um completo exame médico, que concluiu não existirem defi-ciências de maior. Quando lhe foi mostrado a sua imagem reflectida num espelho, apesar de visualizar uma imagem, não se reconheceu nela. Certa vez, tentou agarrar uma batata que viu reflectida no espelho (quando na realidade a batata estava a ser segura por trás da sua cabeça). Depois de várias tentativas, sem que tivesse virado a cabeça, apanhou a batata alcançando-a por trás do ombro. Um padre, que observou o rapaz diariamente, descreveu o incidente da batata do seguinte modo:
Todos estes pequenos detalhes, e muitos outros que poderíamos acrescentar, provam que esta criança não é totalmente desprovida de inteligência, reflexão e poder de raciocínio. Porém. somos obrigados a admitir que, em todos os aspectos que não dizem respeito às suas necessidades naturais ou de satisfação do seu apetite, apenas se observa nele um comportamento animal. Se tem sensações, estas não originam nenhuma ideia. Ele nem sequer as consegue relacionar. Poderia dizer-se que não há qualquer relação entre a sua alma ou mente e o seu corpo (Shattuk. 1980. p. 69: ver também Lane, 1976).
Mais tarde o rapaz seria levado para Paris e foram feitas tentativas sistemáticas de o transformar “de animal em humano”. O esforço só em parte foi um sucesso. Ensinaram-lhe a usar a casa-de-banho, passou a aceitar usar roupas e aprendeu a vestir-se. Continuava, contudo, com um grande desinteresse por brinquedos e jogos, e nunca foi capaz de dominar mais do que algumas poucas palavras. Pelo que podemos saber, com base na descrição deta¬lhada do seu comportamento e reacções, isto não acontecia por ele ser mentalmente desfavo¬recido. Parecia incapaz ou sem vontade de dominar o discurso humano. Poucos mais progressos fez e acabou por morrer em 1828, com cerca de quarenta anos de idade.
Naturalmente, temos de ser cuidadosos na interpretação de casos deste género. É possí-vel que se tenha dado o caso de se tratar de uma deficiência mental não diagnosticada. Por outro lado, é possível que as experiências a que esta criança foi sujeita lhe tenham infligido danos psicológicos impeditivos de dominar práticas que a maioria das crianças adquire em tenra idade. Há, no entanto, semelhanças suficientes entre este caso histórico e outros que foram registados para que possamos sugerir o quão limitadas seriam as nossas faculdades na ausência de um longo período de socialização primária.
Anthony Giddens, “Sociologia”, Fundação Calouste Gulbenkian
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
Rosanda Nunes - 3º trabalho de reflexão filosófica
Desde a Antiguidade Grega, a noção de valor, a sua forma de existência e a sua natureza representam problemas filosóficos que ocuparam muitos filósofos. Platão, Max Scheler, Johannes Hessen, Adolf Sánchez Vázquez, entre outros interrogavam-se sobre os valores e os assuntos relacionados com estes. As várias perguntas relacionadas com os valores constituem problemas filosóficos porque são universais, dizem respeito a todos os seres humanos, são intemporais, mantêm a sua importância, o seu valor, a sua pertinência ao longo do tempo, são problemáticos porque não encontramos para eles uma única resposta e definitivamente aceite, como iremos ver seguidamente e são radicais, pois procuram a origem, os fundamentos, a razão de ser de toda a realidade, procuram a origem da natureza humana.
É através dos valores que nós sabemos o que é justo, injusto certo, errado, bom, mau, bonito, feio. Com eles aprendemos aquilo que nos pode fazer felizes, aprendemos o que devemos fazer, quando e como valorizar a vida. São eles que nos mostram todas as formas de beleza.
Devido a eles, a maioria das pessoas são contra qualquer forma de violência, são solidários com os sofredores, com os doentes, com os miseráveis. Isto é justo? Porque é que uns valorizam mais a família, outros o amor, a amizade, a beleza e o dinheiro? Porque é que as pessoas tratam aqueles que amam com carinho, respeito e atenção? Porque é que há indivíduos que valorizam o conhecimento e a educação? São os valores que nos ensinam a não roubar, a não matar, mas parece que nem toda a humanidade aprende, porque será? Porque é que há valores que saem da moda, ou será que nunca saem? Mas afinal o que são os valores, qual é a natureza dos valores, terão uma natureza subjectiva ou objectiva?
Para este problema encontramos duas teses, o subjectivismo axiológico e o objectivismo axiológico. A primeira diz que os valores têm uma natureza subjectiva, isto é, dependem do sujeito para existirem, existem sim na mente humana e a segunda afirma que os valores são objectivos, existem independentemente do Homem. Têm uma existência exterior a mente humana. Todavia isto não é tão fácil como nos parece.
Do ponto de vista do subjectivismo encontramos duas definições para valor, o psicologismo e o emotivismo, pondo de parte o emotivismo, o psicologismo diz que o valor é uma vivência pessoal. Podemos considerar isso verdade já que diferentes pessoas atribuem a uma mesma coisa diferentes valores, contudo se os valores só existem subjectivamente, como é que se explica que os mesmos valores sejam encontrados em diferentes épocas históricas e em diferentes povos que nem sequer comunicaram entre si? E se o valor só existe enquanto vivência de uma pessoa, como é que se justifica a comunicação, a partilha e o consenso de opiniões valorativas?
Dentro do objectivismo axiológico encontramos duas definições para o conceito valor: o Naturalismo e o Ontologismo. O Naturalismo afirma que os valores são qualidades das coisas. Podemos concordar com a veracidade desta definição já que quando atribuímos um valor a qualquer facto, acreditamos que ele realmente possui esse valor e esta crença justifica o consenso que encontramos em tantas valorações. Por exemplo nós achamos a escravatura uma prática injusta e nós falamos como se o valor estivesse no facto, por exemplo num diálogo nós constantemente comentamos: -“Não vês que aquilo é injusto”.
Porém, se os valores são qualidades objectivas porque é que não conseguimos observá-los e como é que se fundamenta os desentendimentos entre as pessoas quanto à valoração de um mesmo facto?
O Ontologismo afirma que os valores são ideias que existem independentemente do sujeito humano e das coisas em geral, são seres ideais que existem por si mesmo. Deste ponto de vista, os valores são essências imateriais, intemporais e imutáveis. Platão foi o representante mais antigo desta perspectiva, dizendo que são ideias perfeitas e absolutas.
Uma vez que a experiência sensorial não pode dar-nos a conhecer os valores e uma vez que todos os seres humanos têm na sua mente conceitos correspondentes a valores, isto leva-nos a imaginar a existência de um mundo imaterial onde as ideias existem de forma independente e onde a nossa alma, sendo ela imaterial e imortal contemplou, por exemplo, o bem em si. Assim, ao encarnar num corpo recorda as ideias de valores que conheceu anteriormente, mas de uma forma confusa, justificando as divergências de valoração que encontramos.
Em contrapartida, não conseguimos provar a existência de um mundo das ideias, nem que a alma é imortal.
Devido à problematicidade dos valores surgiu uma outra tese axiológica, o Relativismo que afirma que os valores são intersubjectivos, ou seja entre sujeitos. Desta forma eles apresentam uma natureza social, dependem da existência do ser humano como sociedade. Segundo a tese relativista, o valor não é pessoal nem objectivo. O valor é uma apreciação histórica, cultural e social, é algo partilhado entre indivíduos e está condicionado pelo espaço sociocultural e pelo tempo histórico em que o homem se encontra.
Por exemplo, o ser caro ou barato depende muito de contextos histórico-culturais. Para uma pessoa de classe baixa a roupa de marca é cara, mas para uma pessoa de classe alta a roupa de marca é relativamente barata.
Apesar disto o relativismo não soluciona o problema. Apresenta-nos os valores como consequência de uma sociedade e da sua época histórica, mas não explica a universalidade de alguns valores, que permanecem ao longo da história e que são transversais a diversas culturas.
Concluindo, não existe uma definição única, como vimos anteriormente, elas contradizem-se. Há argumentos, mas também há contra-argumentos, estes que negam as teses. Não conseguimos ter a certeza da natureza e definição de valor, os contra-argumentos negam. Ficamos perplexos, já que o problema dos valores não é resolvido. O problema permanece, não há uma resposta definitivamente aceite. No final temos que admitir que não sabemos. Por isso, temos que reconhecer a nossa ignorância sobre um assunto que está tão presente em nós. Mas afinal, o reconhecimento da nossa própria ignorância é o caminho para o conhecimento e o início da sabedoria.
É através dos valores que nós sabemos o que é justo, injusto certo, errado, bom, mau, bonito, feio. Com eles aprendemos aquilo que nos pode fazer felizes, aprendemos o que devemos fazer, quando e como valorizar a vida. São eles que nos mostram todas as formas de beleza.
Devido a eles, a maioria das pessoas são contra qualquer forma de violência, são solidários com os sofredores, com os doentes, com os miseráveis. Isto é justo? Porque é que uns valorizam mais a família, outros o amor, a amizade, a beleza e o dinheiro? Porque é que as pessoas tratam aqueles que amam com carinho, respeito e atenção? Porque é que há indivíduos que valorizam o conhecimento e a educação? São os valores que nos ensinam a não roubar, a não matar, mas parece que nem toda a humanidade aprende, porque será? Porque é que há valores que saem da moda, ou será que nunca saem? Mas afinal o que são os valores, qual é a natureza dos valores, terão uma natureza subjectiva ou objectiva?
Para este problema encontramos duas teses, o subjectivismo axiológico e o objectivismo axiológico. A primeira diz que os valores têm uma natureza subjectiva, isto é, dependem do sujeito para existirem, existem sim na mente humana e a segunda afirma que os valores são objectivos, existem independentemente do Homem. Têm uma existência exterior a mente humana. Todavia isto não é tão fácil como nos parece.
Do ponto de vista do subjectivismo encontramos duas definições para valor, o psicologismo e o emotivismo, pondo de parte o emotivismo, o psicologismo diz que o valor é uma vivência pessoal. Podemos considerar isso verdade já que diferentes pessoas atribuem a uma mesma coisa diferentes valores, contudo se os valores só existem subjectivamente, como é que se explica que os mesmos valores sejam encontrados em diferentes épocas históricas e em diferentes povos que nem sequer comunicaram entre si? E se o valor só existe enquanto vivência de uma pessoa, como é que se justifica a comunicação, a partilha e o consenso de opiniões valorativas?
Dentro do objectivismo axiológico encontramos duas definições para o conceito valor: o Naturalismo e o Ontologismo. O Naturalismo afirma que os valores são qualidades das coisas. Podemos concordar com a veracidade desta definição já que quando atribuímos um valor a qualquer facto, acreditamos que ele realmente possui esse valor e esta crença justifica o consenso que encontramos em tantas valorações. Por exemplo nós achamos a escravatura uma prática injusta e nós falamos como se o valor estivesse no facto, por exemplo num diálogo nós constantemente comentamos: -“Não vês que aquilo é injusto”.
Porém, se os valores são qualidades objectivas porque é que não conseguimos observá-los e como é que se fundamenta os desentendimentos entre as pessoas quanto à valoração de um mesmo facto?
O Ontologismo afirma que os valores são ideias que existem independentemente do sujeito humano e das coisas em geral, são seres ideais que existem por si mesmo. Deste ponto de vista, os valores são essências imateriais, intemporais e imutáveis. Platão foi o representante mais antigo desta perspectiva, dizendo que são ideias perfeitas e absolutas.
Uma vez que a experiência sensorial não pode dar-nos a conhecer os valores e uma vez que todos os seres humanos têm na sua mente conceitos correspondentes a valores, isto leva-nos a imaginar a existência de um mundo imaterial onde as ideias existem de forma independente e onde a nossa alma, sendo ela imaterial e imortal contemplou, por exemplo, o bem em si. Assim, ao encarnar num corpo recorda as ideias de valores que conheceu anteriormente, mas de uma forma confusa, justificando as divergências de valoração que encontramos.
Em contrapartida, não conseguimos provar a existência de um mundo das ideias, nem que a alma é imortal.
Devido à problematicidade dos valores surgiu uma outra tese axiológica, o Relativismo que afirma que os valores são intersubjectivos, ou seja entre sujeitos. Desta forma eles apresentam uma natureza social, dependem da existência do ser humano como sociedade. Segundo a tese relativista, o valor não é pessoal nem objectivo. O valor é uma apreciação histórica, cultural e social, é algo partilhado entre indivíduos e está condicionado pelo espaço sociocultural e pelo tempo histórico em que o homem se encontra.
Por exemplo, o ser caro ou barato depende muito de contextos histórico-culturais. Para uma pessoa de classe baixa a roupa de marca é cara, mas para uma pessoa de classe alta a roupa de marca é relativamente barata.
Apesar disto o relativismo não soluciona o problema. Apresenta-nos os valores como consequência de uma sociedade e da sua época histórica, mas não explica a universalidade de alguns valores, que permanecem ao longo da história e que são transversais a diversas culturas.
Concluindo, não existe uma definição única, como vimos anteriormente, elas contradizem-se. Há argumentos, mas também há contra-argumentos, estes que negam as teses. Não conseguimos ter a certeza da natureza e definição de valor, os contra-argumentos negam. Ficamos perplexos, já que o problema dos valores não é resolvido. O problema permanece, não há uma resposta definitivamente aceite. No final temos que admitir que não sabemos. Por isso, temos que reconhecer a nossa ignorância sobre um assunto que está tão presente em nós. Mas afinal, o reconhecimento da nossa própria ignorância é o caminho para o conhecimento e o início da sabedoria.
domingo, 7 de fevereiro de 2010
Correcção 3º teste
Escola Secundária com 3º ciclo D. Manuel I - Beja
Ano lectivo 2009 / 2010
FILOSOFIA
10º Ano, turma E
Correcção do 3º Teste de Avaliação – 1 Fev 2010
Grupo I
(5 pontos cada = 50 pontos)
1. F
2. B
3. C
4. A
5. F
6. E
7. E
8. F
9. B
10. F
Grupo II
1. “Esta floresta é tenebrosa” é um juízo de valor (5 pontos) porque avalia o sujeito “floresta” atribuindo-lhe um predicado que não é observável (“tenebrosa”), (5 pontos) de tal forma que não temos como verificar se este juízo é falso ou verdadeiro (5 pontos); além disso, é um juízo que se apresenta como subjectivo (varia de pessoa para pessoa) e, portanto, discutível. (5 pontos)
2.1. O juízo apresentado é representativo de um perspectiva axiológica subjectivista, (5 pontos) uma vez que um estado de espírito é algo pessoal que diz respeito à vivência psicológica de cada um. (5 pontos) Posto isto, então o valor será algo que existe na dependência de cada mente humana e, nessa medida, terá uma natureza subjectiva, como defende o subjectivismo. (10 pontos)
3. O naturalismo e o ontologismo são ambos definições objectivistas dos valores, (6 pontos) quer isto dizer que afirmam que os valores existem independentemente do ser humano. (4 pontos) Porém, distinguem-se porque o naturalismo define o valor como uma qualidade intrínseca das coisas (5 pontos) enquanto o ontologismo o define como uma ideia que existe independentemente quer das coisas quer da mente humana. (5 pontos)
4. Devemos falar de cultura e de culturas (4 pontos). Devemos falar de cultura para nos referirmos a tudo aquilo que o Homem produz, seja material ou imaterialmente (8 pontos), mas devemos também falar de culturas para nos referirmos ao conjunto de manifestações de um determinado grupo humano. (8 pontos)
5. O juízo b) - “O infanticídio é, para os europeus contemporâneos, uma prática horrenda” - é o juízo relativista, (5 pontos) porque o relativismo é uma perspectiva que considera que cada cultura apresenta valorações válidas quando avaliada a partir de dentro, a partir dessa mesma cultura. (10 pontos) Ao afirmar-se que o infanticídio é uma prática horrenda para os europeus contemporâneos, está-se a querer dizer que outras culturas podem avaliar o infanticídio de outra forma igualmente válida. (5 pontos)
Grupo III
(50 pontos)
Introdução (5 pontos)
Corpo de desenvolvimento (40 pontos):
- Aplicação de conceitos estudados;
- Correcta exposição de conteúdos adequados ao tema;
- Apropriação pessoal dos conteúdos;
- Opiniões fundamentadas;
- Relação coerente das ideias apresentadas;
Conclusão pessoal e/ou crítica (5 pontos)
Ano lectivo 2009 / 2010
FILOSOFIA
10º Ano, turma E
Correcção do 3º Teste de Avaliação – 1 Fev 2010
Grupo I
(5 pontos cada = 50 pontos)
1. F
2. B
3. C
4. A
5. F
6. E
7. E
8. F
9. B
10. F
Grupo II
1. “Esta floresta é tenebrosa” é um juízo de valor (5 pontos) porque avalia o sujeito “floresta” atribuindo-lhe um predicado que não é observável (“tenebrosa”), (5 pontos) de tal forma que não temos como verificar se este juízo é falso ou verdadeiro (5 pontos); além disso, é um juízo que se apresenta como subjectivo (varia de pessoa para pessoa) e, portanto, discutível. (5 pontos)
2.1. O juízo apresentado é representativo de um perspectiva axiológica subjectivista, (5 pontos) uma vez que um estado de espírito é algo pessoal que diz respeito à vivência psicológica de cada um. (5 pontos) Posto isto, então o valor será algo que existe na dependência de cada mente humana e, nessa medida, terá uma natureza subjectiva, como defende o subjectivismo. (10 pontos)
3. O naturalismo e o ontologismo são ambos definições objectivistas dos valores, (6 pontos) quer isto dizer que afirmam que os valores existem independentemente do ser humano. (4 pontos) Porém, distinguem-se porque o naturalismo define o valor como uma qualidade intrínseca das coisas (5 pontos) enquanto o ontologismo o define como uma ideia que existe independentemente quer das coisas quer da mente humana. (5 pontos)
4. Devemos falar de cultura e de culturas (4 pontos). Devemos falar de cultura para nos referirmos a tudo aquilo que o Homem produz, seja material ou imaterialmente (8 pontos), mas devemos também falar de culturas para nos referirmos ao conjunto de manifestações de um determinado grupo humano. (8 pontos)
5. O juízo b) - “O infanticídio é, para os europeus contemporâneos, uma prática horrenda” - é o juízo relativista, (5 pontos) porque o relativismo é uma perspectiva que considera que cada cultura apresenta valorações válidas quando avaliada a partir de dentro, a partir dessa mesma cultura. (10 pontos) Ao afirmar-se que o infanticídio é uma prática horrenda para os europeus contemporâneos, está-se a querer dizer que outras culturas podem avaliar o infanticídio de outra forma igualmente válida. (5 pontos)
Grupo III
(50 pontos)
Introdução (5 pontos)
Corpo de desenvolvimento (40 pontos):
- Aplicação de conceitos estudados;
- Correcta exposição de conteúdos adequados ao tema;
- Apropriação pessoal dos conteúdos;
- Opiniões fundamentadas;
- Relação coerente das ideias apresentadas;
Conclusão pessoal e/ou crítica (5 pontos)
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
Relatório das aulas 63 e 64
Pedro Santos
10ºE, Nº25
Relatório de Aula
Aulas nº 63/64
25-01-2010
A professora iniciou a aula, escrevendo as lições e o sumário no quadro. De seguida, enunciou os conteúdos para o teste de avaliação e a indicação das páginas do manual em que os mesmos se encontram.
Depois, continuámos a aula corrigindo o trabalho de casa (da página 22, exercício 17 do caderno de actividades).
Após a correcção do trabalho de casa, a professora disse para lermos um pequeno texto sobre a cultura dos esquimós na página 97 do manual, onde aplicámos alguns conceitos, como o etnocentrismo e o relativismo cultural.
Durante a aula falámos um pouco sobre estes dois temas, onde vimos que o etnocentrismo era uma visão centrada ou egocêntrica de uma cultura em relação às outras, que avalia as outras culturas a partir de si própria, dos seus valores padrões de comportamento, promovendo a assimilação de umas culturas por outras. As culturas dominantes tendem a impor os seus valores e modelos de comportamento às culturas minoritárias. Em relação ao etnocentrismo, também falámos de algumas atitudes discriminatórias (racismo, xenofobia, patriotismo ou nacionalismo exagerados) a partir de exemplos como o regime nazi.
Mais tarde falámos sobre o Relativismo cultural e vimos que este aceita e respeita a diversidade cultural e que, segundo esta atitude, cada cultura só pode ser avaliada a partir de dentro, dos seus valores, ideias e padrões de comportamento, promovendo assim a separação entre grupos culturais (o que pode gerar fenómenos de segregação, de que os guetos são um exemplo.
Em seguida, para terminar a aula, a professora disse-nos para recuarmos um pouco às páginas 92 e 93 onde falámos sobre os diferentes níveis de critérios valorativos, particularmente, dos universais.
E, assim concluímos a aula.
10ºE, Nº25
Relatório de Aula
Aulas nº 63/64
25-01-2010
A professora iniciou a aula, escrevendo as lições e o sumário no quadro. De seguida, enunciou os conteúdos para o teste de avaliação e a indicação das páginas do manual em que os mesmos se encontram.
Depois, continuámos a aula corrigindo o trabalho de casa (da página 22, exercício 17 do caderno de actividades).
Após a correcção do trabalho de casa, a professora disse para lermos um pequeno texto sobre a cultura dos esquimós na página 97 do manual, onde aplicámos alguns conceitos, como o etnocentrismo e o relativismo cultural.
Durante a aula falámos um pouco sobre estes dois temas, onde vimos que o etnocentrismo era uma visão centrada ou egocêntrica de uma cultura em relação às outras, que avalia as outras culturas a partir de si própria, dos seus valores padrões de comportamento, promovendo a assimilação de umas culturas por outras. As culturas dominantes tendem a impor os seus valores e modelos de comportamento às culturas minoritárias. Em relação ao etnocentrismo, também falámos de algumas atitudes discriminatórias (racismo, xenofobia, patriotismo ou nacionalismo exagerados) a partir de exemplos como o regime nazi.
Mais tarde falámos sobre o Relativismo cultural e vimos que este aceita e respeita a diversidade cultural e que, segundo esta atitude, cada cultura só pode ser avaliada a partir de dentro, dos seus valores, ideias e padrões de comportamento, promovendo assim a separação entre grupos culturais (o que pode gerar fenómenos de segregação, de que os guetos são um exemplo.
Em seguida, para terminar a aula, a professora disse-nos para recuarmos um pouco às páginas 92 e 93 onde falámos sobre os diferentes níveis de critérios valorativos, particularmente, dos universais.
E, assim concluímos a aula.
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
Relatório das aulas 57 e 58
Pedro Pinto
10ºE, Nº19
Relatório de Aula
Aulas nº 57/58
13-01-2010
A professora começou a aula escrevendo as lições e o sumário no quadro. De seguida começou com a enunciação dos objectivos para a aula: defender e criticar definições de valor; reconhecer a problematicidade da definição de valor.
Então, continuámos a aula corrigindo o trabalho de casa que a docente mandou na aula passada (da página 83, exercício: 1 e 2). Após a correcção do trabalho de casa, a professora disse em que se consistia o desenvolvimento de um tema: redacção de um texto dedicado a um tema, no qual apresentamos os nossos conhecimentos e opiniões de uma forma organizada coerente, rigorosa e crítica (a construção de um texto, como habitualmente, deve ser tripartida). Em seguida propôs-nos como 3º trabalho de reflexão filosófica, o desenvolvimento do tema “Problematicidade dos Valores”.
Passámos ao 1º ponto dos nossos objectivos. Passo a referir as três definições de valor: Psicologismo; Naturalismo e Ontologismo (encontramos também as definições nas páginas: 85,86 e 87 do manual).
Psicologismo: Defende que o valor é uma vivência pessoal porque diferentes pessoas atribuem a uma mesma coisa diferentes valores (argumento de defesa). Mas, se os valores só existem subjectivamente como é que se explica que os mesmos valores sejam encontrados em diferentes épocas históricas e em diferentes povos que nem sequer comunicaram entre si? Por outro lado, se o valor só existe enquanto vivência de uma pessoa, como é que se justifica a comunicação, a partilha e o consenso de opiniões valorativas? (contra-argumento)
Naturalismo: Os valores são qualidades das coisas porque, quando atribuímos um valor a qualquer coisa, acreditamos que ela realmente possui esse valor e esta crença justifica o consenso que encontramos em tantas valorações. Como por exemplo, a maioria das pessoas considera que a pedofilia é uma prática inaceitável. (argumento de defesa) Porém, se os valores são qualidades objectivas das próprias coisas porque é que não conseguimos observá-los? Além disso, como é que se justificam os desentendimentos entre as pessoas quanto à valoração de um mesmo facto? (contra-argumento)
Ontologismo: Os valores são ideias independentes pois, uma vez que a experiência sensorial não pode dar-nos a conhecer os valores e uma vez que todos os seres humanos têm nas suas mentes conceitos correspondestes a valores, isso leva-nos a pressupor a existência de um mundo imaterial onde as ideias existem de forma independente e onde a nossa alma (sendo ela imaterial e imortal) contempla, por exemplo, o bem em Si e a Beleza em si mesma. (argumento de defesa) No entanto, não conseguimos provar a existência do mundo das ideias nem tão pouco conseguimos provar que a alma é imortal. (Contra-argumento)
Estudámos até agora três formas distintas de encarar o valor: valor como vivência, como qualidade ou como ideia. Associadas a cada uma delas então encontramos diferentes perspectivas filosóficas que apresentam, cada uma a seu modo, uma definição de “valor”, que é nesse caso o Psicologismo (o valor é uma vivência pessoal) , o Naturalismo (segundo o naturalismo os valores são qualidades nas coisas) e o Ontologismo (os valores são ideias que existem independentemente do sujeito humano e das coisas em geral; são seres ideais que existem por si mesmos).
E, assim, concluímos a aula.
10ºE, Nº19
Relatório de Aula
Aulas nº 57/58
13-01-2010
A professora começou a aula escrevendo as lições e o sumário no quadro. De seguida começou com a enunciação dos objectivos para a aula: defender e criticar definições de valor; reconhecer a problematicidade da definição de valor.
Então, continuámos a aula corrigindo o trabalho de casa que a docente mandou na aula passada (da página 83, exercício: 1 e 2). Após a correcção do trabalho de casa, a professora disse em que se consistia o desenvolvimento de um tema: redacção de um texto dedicado a um tema, no qual apresentamos os nossos conhecimentos e opiniões de uma forma organizada coerente, rigorosa e crítica (a construção de um texto, como habitualmente, deve ser tripartida). Em seguida propôs-nos como 3º trabalho de reflexão filosófica, o desenvolvimento do tema “Problematicidade dos Valores”.
Passámos ao 1º ponto dos nossos objectivos. Passo a referir as três definições de valor: Psicologismo; Naturalismo e Ontologismo (encontramos também as definições nas páginas: 85,86 e 87 do manual).
Psicologismo: Defende que o valor é uma vivência pessoal porque diferentes pessoas atribuem a uma mesma coisa diferentes valores (argumento de defesa). Mas, se os valores só existem subjectivamente como é que se explica que os mesmos valores sejam encontrados em diferentes épocas históricas e em diferentes povos que nem sequer comunicaram entre si? Por outro lado, se o valor só existe enquanto vivência de uma pessoa, como é que se justifica a comunicação, a partilha e o consenso de opiniões valorativas? (contra-argumento)
Naturalismo: Os valores são qualidades das coisas porque, quando atribuímos um valor a qualquer coisa, acreditamos que ela realmente possui esse valor e esta crença justifica o consenso que encontramos em tantas valorações. Como por exemplo, a maioria das pessoas considera que a pedofilia é uma prática inaceitável. (argumento de defesa) Porém, se os valores são qualidades objectivas das próprias coisas porque é que não conseguimos observá-los? Além disso, como é que se justificam os desentendimentos entre as pessoas quanto à valoração de um mesmo facto? (contra-argumento)
Ontologismo: Os valores são ideias independentes pois, uma vez que a experiência sensorial não pode dar-nos a conhecer os valores e uma vez que todos os seres humanos têm nas suas mentes conceitos correspondestes a valores, isso leva-nos a pressupor a existência de um mundo imaterial onde as ideias existem de forma independente e onde a nossa alma (sendo ela imaterial e imortal) contempla, por exemplo, o bem em Si e a Beleza em si mesma. (argumento de defesa) No entanto, não conseguimos provar a existência do mundo das ideias nem tão pouco conseguimos provar que a alma é imortal. (Contra-argumento)
Estudámos até agora três formas distintas de encarar o valor: valor como vivência, como qualidade ou como ideia. Associadas a cada uma delas então encontramos diferentes perspectivas filosóficas que apresentam, cada uma a seu modo, uma definição de “valor”, que é nesse caso o Psicologismo (o valor é uma vivência pessoal) , o Naturalismo (segundo o naturalismo os valores são qualidades nas coisas) e o Ontologismo (os valores são ideias que existem independentemente do sujeito humano e das coisas em geral; são seres ideais que existem por si mesmos).
E, assim, concluímos a aula.
quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
Relatório das aulas 53 e 54
Sofia Trindade
Nº21 10ºE
Relatório de Aula
Aulas nº 53 e 54
04-01-2010
Visto que iniciámos agora o segundo período do ano lectivo, a docente deu início à aula com um pequeno resumo oral da matéria dada nas últimas aulas do primeiro período. Após ter enunciado o sumário, começou por questionar os alunos sobre o que era a Axiologia.
Em seguida, procurámos a diferença entre a definição de valor e de facto. Seguindo este tema, recordámos que a valoração é a atribuição de um valor a um facto.
Juízo de valor é um conceito que se distingue do conceito de Juízo de facto. O exemplo “a casa é verde” exprime um juízo de facto, pois é algo que podemos comprovar. No entanto, se dissermos que “a parede é bonita”, estamos a referir-nos a um juízo de valor, pois é algo pessoal que não pode ser considerado nem verdadeiro nem falso.
Seguidamente, a professora enunciou os objectivos traçados para esta aula, tendo presente, como pontos fundamentais: a identificação dos tipos de valores, o reconhecimento dos valores como hierarquizáveis e do problema da natureza dos valores.
Após a enunciação dos objectivos de aula, começámos por realizar o primeiro objectivo traçado, começando por fazer o reconhecimento da Tábua de Valores de Max Scheler, que consistia em vários tipos de valores, tais como, os valores religiosos, os valores éticos ou morais, estéticos, lógicos, vitais e úteis.
A docente prosseguiu a aula com a elaboração de um exercício que nos foi proposto, que consistia na identificação do tipo de cada juízo de valor que se seguia nas 6 frases enumeradas.
Concluído o exercício proposto pela professora, demos inicio à realização do objectivo de aula seguinte – reconhecer os valores como hierarquizáveis. Os valores são hierarquizáveis porque podem ser reconhecidos como tendo mais valor do que outros mas isso pode variar de pessoa para pessoa.
Após termos terminado o segundo objectivo definido para a aula, prosseguimos para a leitura do texto 3, que podemos encontrar na página 84 do manual, que nos fala precisamente dos diferentes valores hierarquizáveis, variáveis de pessoa para pessoa. Assim sendo, aquilo que para uma pessoa pode ser algo imensamente importante, como um quadro valioso, para outros, um simples livro de biblioteca pode ser bem mais destacável e essencial.
Este texto relata-nos os diferentes valores que se verificam entre optar por salvar a vida de uma criança, num incêndio, e um quadro que é uma obra de arte mundialmente reconhecida e apreciada.
Após a leitura deste mesmo texto, abriu-se uma discussão entre os alunos da turma e a professora, em que ambos deram a sua opinião e criticaram, de várias formas, o que seriam, para casa um, os importantes valores. Assim, concluímos que a forma como atribuímos um determinado valor a algo, depende de cada pessoa e, até mesmo, da sua maneira de ser. E que a nossa hierarquia de valores está na base das nossas escolhas.
Posteriormente à discussão do texto, atribuímos o significado de ordenar à palavra hierarquia. Concluímos, assim, que a hierarquia dos valores seria, então, a ordenação de valores, segundo o seu grau de importância das nossas vidas.
Por fim, a docente concluiu a aula ditando-nos os trabalhos de casa.
Nº21 10ºE
Relatório de Aula
Aulas nº 53 e 54
04-01-2010
Visto que iniciámos agora o segundo período do ano lectivo, a docente deu início à aula com um pequeno resumo oral da matéria dada nas últimas aulas do primeiro período. Após ter enunciado o sumário, começou por questionar os alunos sobre o que era a Axiologia.
Em seguida, procurámos a diferença entre a definição de valor e de facto. Seguindo este tema, recordámos que a valoração é a atribuição de um valor a um facto.
Juízo de valor é um conceito que se distingue do conceito de Juízo de facto. O exemplo “a casa é verde” exprime um juízo de facto, pois é algo que podemos comprovar. No entanto, se dissermos que “a parede é bonita”, estamos a referir-nos a um juízo de valor, pois é algo pessoal que não pode ser considerado nem verdadeiro nem falso.
Seguidamente, a professora enunciou os objectivos traçados para esta aula, tendo presente, como pontos fundamentais: a identificação dos tipos de valores, o reconhecimento dos valores como hierarquizáveis e do problema da natureza dos valores.
Após a enunciação dos objectivos de aula, começámos por realizar o primeiro objectivo traçado, começando por fazer o reconhecimento da Tábua de Valores de Max Scheler, que consistia em vários tipos de valores, tais como, os valores religiosos, os valores éticos ou morais, estéticos, lógicos, vitais e úteis.
A docente prosseguiu a aula com a elaboração de um exercício que nos foi proposto, que consistia na identificação do tipo de cada juízo de valor que se seguia nas 6 frases enumeradas.
Concluído o exercício proposto pela professora, demos inicio à realização do objectivo de aula seguinte – reconhecer os valores como hierarquizáveis. Os valores são hierarquizáveis porque podem ser reconhecidos como tendo mais valor do que outros mas isso pode variar de pessoa para pessoa.
Após termos terminado o segundo objectivo definido para a aula, prosseguimos para a leitura do texto 3, que podemos encontrar na página 84 do manual, que nos fala precisamente dos diferentes valores hierarquizáveis, variáveis de pessoa para pessoa. Assim sendo, aquilo que para uma pessoa pode ser algo imensamente importante, como um quadro valioso, para outros, um simples livro de biblioteca pode ser bem mais destacável e essencial.
Este texto relata-nos os diferentes valores que se verificam entre optar por salvar a vida de uma criança, num incêndio, e um quadro que é uma obra de arte mundialmente reconhecida e apreciada.
Após a leitura deste mesmo texto, abriu-se uma discussão entre os alunos da turma e a professora, em que ambos deram a sua opinião e criticaram, de várias formas, o que seriam, para casa um, os importantes valores. Assim, concluímos que a forma como atribuímos um determinado valor a algo, depende de cada pessoa e, até mesmo, da sua maneira de ser. E que a nossa hierarquia de valores está na base das nossas escolhas.
Posteriormente à discussão do texto, atribuímos o significado de ordenar à palavra hierarquia. Concluímos, assim, que a hierarquia dos valores seria, então, a ordenação de valores, segundo o seu grau de importância das nossas vidas.
Por fim, a docente concluiu a aula ditando-nos os trabalhos de casa.
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